VEJA COMO A COMPARAÇÃO A OUTROS PODE IMPULSIONAR O AUTOCONHECIMENTO

Especialista mostra como a comparação pode ferir mas também ser utilizada para melhorar a performance na vida pessoal e profissional

Enquanto passamos mais tempo nas redes sociais, é cada vez mais comum conhecer estilos de vida e de trabalho de outras pessoas. O que vestem, o que comem, onde e como moram, para onde viajam. Isso pode acontecer também nas relações reais, quando convivemos com outras pessoas. A questão é que esse contexto, muitas vezes, pode trazer um desconforto, o incômodo da comparação. Relacionar-se com outros gera sentimentos que normalmente não surge quando estamos sozinhos. Mas, de acordo com a mentora e escritora Marinélia Leal, essa condição pode ser revertida de forma positiva. Sim, podemos usar a comparação com outras pessoas a nosso favor, de maneira saudável.

“Quando fazemos parte de um grupo pensamos em encontrar um ponto de referência para que a gente perceba onde estamos, mas ao pensar em comparação, o olhar é quase sempre negativo”, conta.

No entanto, para ela, a comparação também é uma possibilidade de identificar, de certa forma, o próprio desempenho, o nível ou escala em determinado ambiente. Mas o fato é que essa avaliação não deve ser necessariamente negativa e sim uma visão de referência do meio em que há o convívio. O ato de comparar pode levar a sentimentos negativos, como o de ciúme, desvalorização e até mesmo inveja. Por esse motivo, é necessário ter algum preparo psicológico ao iniciar essa conduta. Em contrapartida, é possível utilizar a comparação para o autoconhecimento, superação e desenvolvimento, seja em situações da vida pessoal ou do ambiente profissional.

Ao buscar essas referências, Marinélia ressalta a importância de questionar algumas coisas. “A comparação com outros indivíduos sempre tem alguma intenção. Antes de iniciar esse processo, pense para quê você quer essa referência. Seria para descobrir mais valores em si mesmo, para diminuir a imagem de alguém ou a própria imagem? Nesses casos, realmente não vale a pena”, salienta.

Mas engana-se quem pensa que comparações estão limitadas a um único ambiente ou sexo. Esses confrontos estão presentes na vida de todas as pessoas diariamente e para Marinélia, é algo inerente ao homem ou a mulher. “É humano o ato de se comparar, no entanto, é fácil notar que as mulheres fazem isso de uma forma mais destrutiva, esquecendo que buscam parâmetros que muitas vezes diminuem a própria autoestima. Já os homens, normalmente procuram se comparar para acrescentar características que promovem competências para o crescimento”, ela diz.

Um bom exemplo é a forma como as crianças fazem essas comparações, que são utilizadas para impulsioná-las a conhecer novas coisas e ultrapassar limites.