TDAH EM ADULTOS - QUE SABEMOS ATÉ AGORA?

Cada vez mais pesquisadores se debruçam para entender a condição e a manifestação deste transtorno, especificamente, nos adultos

O TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) é um distúrbio do neurodesenvolvimento que surge na infância, geralmente de forma precoce, antes da idade escolar, e que vai resultar em prejuízo a todo o desenvolvimento acadêmico, pessoal e social da pessoa, caso não seja diagnosticado, acompanhado e tratado precocemente. Esta semana, publicamos material sobre o livro que o médico Clay Brites, neurologista infantil, acaba de lançar sobre o assunto, ele que também é diagnosticado com TDAH. Damos sequência ao tema com o relato de mais uma profissional da área.

De acordo com a médica psiquiatra Priscila Dossi, acreditava-se que se tratava de um transtorno da infância, assim, a atenção era dada somente aos pequenos, podendo em certos casos, persistir durante a vida adulta. Porém, hoje já se tem estudos que apontam que o TDAH também pode ser diagnosticado somente na vida adulta, ou seja, o indivíduo vive a sua infância sem manifestar os sintomas do TDAH, e apenas na vida adulta é que o diagnóstico acaba sendo encontrado. A partir dessas novas descobertas, surgiram mais interesse em estudos especializados apenas para o TDAH em adultos.

DIFERENÇA ENTRE ADULTOS E CRIANÇAS

No caso do adulto, o que sobressai do famoso triângulo “desatenção, impulsividade e hiperatividade” é justamente a desatenção, que é mais predominante, gerando perda de foco e uma dificuldade maior para reter informações na memória.

Conforme a médica, adultos também têm mais liberdade de ação, mais autonomia, e isso facilita que consiga elaborar estratégias que acabam compensando as limitações impostas pelo TDAH. "E deve-se considerar todo o histórico familiar, os valores que recebeu na infância, o ambiente onde foi criado, pois isso também ajudará para que o TDAH não seja tão dominante, resultando em um adulto menos impulsivo ou dados às compulsões", completa Priscila.

PRINCIPAIS SINTOMAS

Para um diagnóstico preciso é necessário que o paciente passe por uma anamnese detalhada, ou seja, deve passar por uma entrevista feita por um médico especializado, psiquiatra, neurologista e neuropediatra.

Entre os sintomas diagnosticados, se destacam:

  • Perda de Foco
  • Desatenção
  • Dificuldades para reter informações e conteúdo de leituras
  • Dificuldade de expressar ideias
  • Dificuldade para escutar o outro, dificuldade de esperar o seu momento de fala
  • Dificuldade para se colocar em prática as suas ideias e pensamentos
  • Intolerância às situações repetitivas ou monótonas.

TRATAMENTO


O tratamento é uma combinação de medicamentos e intervenção com psicoterapia, além do tratamento para as condições de saúde mental, para cada caso, e que estão associadas. Os medicamentos incluem antidepressivos, estimulantes e medicamentos indicados para melhorar a cognição do paciente. Além dos remédios, o paciente deve passar com grupos de apoio, terapia cognitiva, terapia-comportamental, terapia cognitivo-comportamental e psico-educação. "Além do apoio profissional, também se faz necessário o apoio familiar e o entendimento do problema por parte dos familiares e amigos", conclui a psiquiatra.