LEIA MULHERES CHEGA AO VALE DO SINOS PARA ESTIMULAR A LEITURA DE AUTORAS

Projeto inicia em São Leopoldo, em 1º de dezembro, com o debate sobre O Conto da Aia

Mulheres seguem inspirando outras mulheres mundo afora. Isso se dá em várias área nas quais a descoberta da força feminina ganha cada vez mais espaço. No universo da leitura não é diferente. Uma dupla de gurias super antenadas - e muito gente boa - vem fazendo a diferença na região do Vale do Sinos (RS), quando o assunto é a autodescoberta da mulher e a valorização da literatura, especialmente a que é feita por mulheres. Por isso, a jornalista Mariana Blauth e a relações públicas Giulia Rodrigues Silvestre, ambas de 23 anos, trouxeram para São Leopoldo o projeto Leia Mulheres. Trata-se de uma iniciativa que começou no exterior, ganhou o Brasil e aterrisa aqui no sul cheia de boas iniciativas. Basicamente, é um clube de leitura em que, em encontros mensais, seus membros discutem uma leitura previamente escolhida. O primeiro encontro em solo gaúcho será em 1º de dezembro, na Céu da Boca Cafeteria, na Avenida Mauá, 1798, Centro, São Leopoldo. E, a estreia deste projeto terá o debate em torno do livro O Conto da Aia, sucesso de Margaret Atwood, que faz uma reflexão incrível sobre a condição feminina na sociedade.

PARA LER MAIS MULHERES

As meninas contam que várias pesquisas mostram que o número de leitoras é bem maior, mas esse número não cresce da mesma forma para o número de livros lidos escritos por mulheres. "O mercado editorial ainda cresce em bases patriarcais, assim como as grandes premiações e associações literárias que, historicamente, trazem muito mais visibilidade para os homens", diz Mariana.
É este cenário que o projeto iniciado em 2015 por Juliana Gomes, Juliana Leuenroth e Michelle Henriques, inspiradas pelo #readwomen2014, proposto pela escritora Joanna Walsh, pretende mudar. Atualmente, o projeto tem abrangência internacional, com clube de leitura até em Portugal. Aqui no Brasil são mais de 100 clubes que trabalham com o incentivo à leitura de autoras mulheres com respeito a diversidade de raça, origem e orientação sexual.
Por meio da página literária no Instagram de Mariana e Giulia, a @pagina.cem, ela passaram a receber mensagens dos seguidores pedindo que fizessem algo presencial na região. A partir disso, surgiu a ideia de trazer a iniciativa para São Leopoldo. "Fizemos contato com as organizadoras do projeto e estruturamos o clube por aqui. É uma forma de contribuir para que esses eventos culturais não fiquem somente em grandes metrópoles e nas capitais. Precisamos levar a cultura e a literatura para cidades que não possuam grandes iniciativas, sejam elas públicas ou privadas", arremata Giulia.  
Assim, para a primeira edição do projeto em São Leopoldo, elas optaram por um título que já tivesse alcançado visibilidade internacional. Dessa forma, aumentam as chances de encontrar pessoas que já leram ou possuem o livro em casa para leitura. E pode ser ainda um estímulo para quem acompanha a série The Handmaid´s Tale, mas que ainda não leu o livro. "Além disso, é uma grande obra em termos de crítica social. Mesmo se tratando de uma ficção, uma distopia, Margaret consegue surpreender o leitor com um enredo inesperado. Queremos que as pessoas conheçam essa obra e consigam compreender a crítica à sociedade patriarcal que está infiltrada em cada linha. E, claro, que possam relacionar as ideias do livro ao próprio cotidiano, percebendo como as realidades estão muito mais próximas do que parecem à primeira vista", ressalta Mariana.

COMPARTILHANDO AS DESCOBERTAS

E isso tudo deve ser só o começo, a ideia é que os encontros presenciais de discussão sejam mensair. Durante esse período, elas mantêm as conversas e atualizações pelo grupo do Facebook e pelo evento de cada mês. É uma maneira de já aproximaar as pessoas e aumentar o interesse pela literatura no dia a dia, e não somente em momentos pontuais. "Queremos que cada um compartilhe como se sentiu durante a leitura, pontos interessantes, pontos de desânimo, curiosidades, etc. A ideia é que seja algo bem informal mesmo, uma roda de conversa que busca discutir não somente a obra e a autora, mas também o contexto em que ela está inserida", complementa Giulia.

É isso aí, gente, enquanto o Brasil segue apontado como um dos países com baixo número de leitores, enxergamos reações como essas que nos enchem de esperança. As gurias levam adiante a semente que lhes foi plantada na infância, o amor pela literatura. Então, embarca nessa viagem, se você é de São Leopoldo ou região, comparece no dia 1º de dezembro, entra no Face e fica por dentro! Se está fora, pesquisa onde tem um Leia Mulheres mais perto de você! Boa Leitura!

 

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