EM BUSCA DA DIETA EQUILIBRADA: VEJA MITOS E VERDADES

Eliminar o carboidrato é um dos erros mais frequentes, mas ele é uma fonte importante de energia

É comum, e a situação se repete a cada ano: a chegada do verão acende alerta para o corpo e o foco vai para a perda de peso, para entrar em forma. E aí, muitos vão em busca das chamadas dietas milagrosas e o mais importante, a saúde, pode ficar em segundo plano. Não, não pode. Diante de mitos e verdades, surgem as dúvidas sobre as medidas mais eficazes de se manter saudável e promover a mudança de hábitos. Para onde ir, então? O mais adequado é buscar a orientação profissional e aqui quem nos dá as dicas é a nutricionista, Rochele Boneti.

De acordo com ela, antes de começar a contar calorias, é preciso entender a relação de cada um com o alimento e o que realmente faz sentido na rotina. "As pessoas precisam se questionar o que estão dispostas a fazer e quais benefícios terão ao longo da jornada, tanto sob os aspectos físicos quanto emocionais. Dessa forma, é possível traçar as estratégias iniciais do plano alimentar e ir fazendo uma mudança efetiva dos hábitos", diz.

E se a lógica é ingerir menos calorias e aumentar o gasto de energia, o ideal é buscar um equilíbrio ao longo do dia, fracionando as porções, não apenas se concentrar no pré e pós-treino. Uma alimentação saudável passa por comer de tudo, com alimentos variados e coloridos.

"Uma dos maiores erros é ver o carboidrato como vilão e eliminá-lo da dieta. Quem começa a fazer exercício não pode fazer uma super restrição calórica. Carboidrato é fonte de energia, principalmente para o exercício. O carboidrato gera serotonina, te deixa mais feliz", ensina. Um dos problemas pouco relatados é que se a dieta não estiver equilibrada, o organismo pode, inclusive, consumir energia dos músculos, perdendo massa magra, ao invés de utilizar a gordura.


Substituir os carboidratos simples por complexos, de mais lenta absorção, como as farinhas integrais, é um recurso interessante. Outra dica é fazer as refeições prestando atenção no que está comendo, sem uso de eletrônicos. "Se a pessoa não presta atenção no que está fazendo, ela tem a tendência a comer de 10% a 20% a mais do que deveria", lembra.

A redução de açúcar também é importante pois é uma caloria "vazia". "O paladar é super adaptável e a partir de umas três semanas, o organismo já se acostuma com o nível reduzido de açúcar e passa a ser mais natural", diz.

Rochele lembra que hoje está em alta fazer exercício em jejum e que, em termos metabólicos, é interessante pois reduz o colesterol. Mas depende de cada um observar se consegue desenvolver bem os exercícios em jejum, principalmente se forem intensos. "É muito individual, tem pessoas que passam super bem e outras que desenvolvem hipoglicemia, ficam tontas. Então é preciso ter um acompanhamento médico e ver qual a melhor opção para cada organismo", comenta.

E se para alguns a pandemia trouxe quilos extras, para outros, o fato de estar em casa possibilitou maior controle dos ingredientes e alimentos consumidos. "Tenho muitos exemplos de pessoas que conseguiram melhorar muito a dieta por estarem em casa, preparando suas refeições. Fazer o planejamento e manter a disciplina é uma conquista para quem busca resultados. E os ganhos vão muito além da estética, mas da disposição, do bem estar", complementa.