CÂNCER COLORRETAL: A IMPORTÂNCIA DA COLONOSCOPIA NA DOENÇA QUE LEVOU UM ASTRO DE CINEMA

A doença que vitimou o ator Chadwick Boseman pode ser detectada no início, e apresentar chances favoráveis de cura, se a rotina de prevenção, com a colonoscopia, for mantida

A perda do astro do cinema Chadwick Boseman para o câncer, em 28 de agosto, acende um alerta especialmente no Brasil. O câncer colorretal ou do cólon é o segundo mais comum entre os brasileiros e o a morte do ator que deu vida ao Pantera Negra nos cinemas deve ser vista como um sinal para a prevenção e para a importância do diagnóstico rápido da doença. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) dão conta de que, somente neste ano, devem ser registrados 40 mil novos casos de câncer colorretal, divididos igualmente entre mulheres e homens.

Para falar sobre a importância do diagnóstico precoce e da prevenção, o Temas Preferidos abre espaço para as palavras do cirurgião geral Fábio Strauss. De acordo com o médico, para que as chances de cura sejam favoráveis, é fundamental que a doença seja descoberta ainda em fase inicial. "O único exame que pode rastrear o surgimento do câncer do cólon é a colonoscopia. É através dela que podem ser encontrados e retirados os pólipos do intestino, que podem evoluir para lesões cancerígenas", afirma Strauss.

Ainda segundo o especialista, os pólipos encontrados durante a colonoscopia são enviados para análise, para saber se são malignos ou benignos. "De acordo com notícias veiculadas, Boseman lutava contra o câncer desde os 39 anos de idade. Muito provavelmente, se tivesse descoberto os pólipos em fase inicial, cerca de dois ou três anos antes, teria se curado", diz Strauss.

Sobre a colonoscopia

A indicação do exame de colonoscopia, em geral, deriva da avaliação do histórico familiar do paciente e também de sintomas. Contudo, sintomas como a presença de sangue nas fezes, dores ao evacuar, dores abdominais e alterações no peso e apetite costumam aparecer já no estágio de lesões.

O exame, por ser feito através de um dispositivo de tubo fino e flexível, com uma microcâmera na ponta, introduzido pelo ânus, desperta uma série de receios, e até mesmo preconceitos. Mas o que o torna válido e importante é seu poder de salvar vidas. "Trata-se de um exame indolor, feito com sedação. E não há necessidade de internação. O paciente é liberado logo após a realização, sempre na presença de um acompanhante", esclarece Dr. Fábio Strauss.

Prevenção

Em geral, uma dieta rica em frutas, vegetais e grãos e com pouco consumo de carnes vermelhas e processadas está associada ao baixo nível de risco do câncer colorretal. A prática de atividades físicas, bem como o controle do peso adequado, também auxilia na prevenção. Já o tabagismo e o alcoolismo são hábitos que expõem ao alto risco de ocorrência.