Atividade física ajuda a combater a exaustão mentalEstudos revelam como a hiperconexão e o excesso de estímulo afetam o cérebro e apontam que exercício é parte do tratamentoExaustão, baixa energia, dificuldade de foco e sobrecarga emocional. Esses sinais são cada vez mais comuns em rotinas marcadas por excesso de trabalho, hiperconexão, cobranças internas e estímulos constantes. A ciência reconhece esse esgotamento como um fenômeno complexo e típico do nosso tempo. Pesquisadores da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, apontam que o cansaço mental está ligado à exposição prolongada a tarefas que exigem esforço cognitivo intenso, como manter a atenção em várias demandas ao mesmo tempo e tomar decisões rápidas, sem descanso adequado.Além disso, vivemos cercados por estímulos o tempo todo. A pesquisadora Gloria Mark, da Universidade da Califórnia, demonstrou que alternamos de uma tarefa para outra, em média, a cada 47 segundos. Essa constante interrupção fragmenta a atenção e aumenta a sensação de sobrecarga. As notificações, redes sociais e demandas urgentes, mantêm o corpo em estado de alerta. Como resposta, o organismo libera hormônios do estresse, como o cortisol —e, ao longo do tempo, isso leva ao esgotamento físico e emocional. A boa notícia é que movimentar o corpo pode ser um antídoto poderoso. Estudos mostram que a atividade física regular melhora o humor, aumenta a disposição e reduz o estresse. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 150 minutos por semana de exercício moderado já são suficientes para notar benefícios significativos para o corpo e a mente. Para o psicólogo Fredy Figner, a prática funciona como uma “injeção de vitalidade”. “A atividade física estimula neurotransmissores como endorfina, dopamina e serotonina, que estão ligados à sensação de bem-estar, prazer e motivação”, explica. Quando o cansaço é grande, vale começar com atividades leves, como caminhada, yoga ou alongamento. “Mais importante que o tipo de exercício é respeitar o próprio ritmo e escolher algo prazeroso”, orienta Figner, que recomenda treinos em grupo para quem sente falta de apoio ou companhia. Transformar a prática em hábito exige organização. Daniel Carlos, treinador da rede Smart Fit, afirma: “A constância vem quando o treino vira parte da rotina, como um compromisso fixo”. Entre os erros mais comuns, ele cita treinos muito pesados logo no início, metas difíceis de cumprir e falta de planejamento. “O cérebro quer recompensas rápidas. Por isso, reforço pequenos objetivos e mostro progressos visíveis para manter a motivação.” Outro ponto-chave é entender que a empolgação inicial nem sempre dura. “Quem segue firme é quem se apoia na disciplina e associa o exercício ao bem-estar, não só à animação do começo”, diz Carlos. Mais do que benefícios físicos, mover o corpo ajuda a equilibrar emoções. Em um mundo hiperconectado, a atividade corporal oferece uma pausa do excesso de estímulos e ajuda a voltar para o presente. “Sair da mente e entrar no corpo é essencial hoje. O exercício reduz o estresse, melhora o humor e favorece o autoconhecimento”, diz Figner. Publicidade Publicidade |