MULHERES USAM MELHOR A TECNOLOGIA COMO ALIADA NA HORA DE EMPREENDER

Desafio maior na pandemia tem sido vencido com criatividade e inovação

Uma pesquisa do Sebrae mostra que as mulheres, enquanto empreendedoras, foram bem mais ágeis que os homens na busca por soluções tecnológicas para implementarem seus negócios, especialmente durante a pandemia. De acordo com o estudo, 71% delas estão usando a internet para venderem seus produtos e serviços enquanto que os homens empreendedores respondem por 63%.

E, a fim de impulsionar ainda mais os negócios tocados por mulheres, a empreendedora Ely Ribeiro criou o Donadelas, uma rede social gratuita para estimular somente vendas e divulgação de produtos e serviços como fortalecer o networking. "É um espaço seguro para que troquem experiências e se ajudem na pesquisa de tendências ou ideias", diz Ely.

COMO A PANDEMIA AFETOU AS EMPREENDEDORAS

Um estudo realizado pela World Business Angels Investment Forum (WBAIF), concluiu que uma das principais dificuldades de 30% das empreendedoras entrevistadas foi lidar com tecnologia e inovação na pandemia.

A empresária Ana Paula Sobrinho, dona de uma loja de moda renomada no Pará é uma delas. As compras de sua loja eram feitas exclusivamente de forma presencial. “Eu ofereço às minhas clientes uma experiência completa quando visitam a loja e prezo até hoje por isso. Com a quarentena, precisamos readaptar e começar a vender online por redes sociais e delivery”, relata Ana.

Apesar da necessidade de adaptação, segundo a pesquisa da WBAIF, pouco mais de 40% das entrevistadas afirmaram ter tido seus negócios afetados positivamente. Ana Paula está dentro dessa estatística: “com as vendas online melhorei a lucratividade e em outubro já ultrapassei a receita de antes da pandemia”.

TECNOLOGIA É O NOVO NORMAL

Para a contadora e empreendedora Vânia Trindade, a tecnologia é fundamental desde antes do surto de Covid-19. “Implementei um sistema digital na contabilidade. Além disso, meses antes da pandemia, troquei os computadores velhos por notebooks e armazenei todos os documentos em nuvem. Quando tudo aconteceu, já estávamos mais preparados e pudemos atender nossos clientes com rapidez e qualidade”, afirma.

Outra aposta tecnológica para as empreendedoras é estar presente nas redes sociais e na internet. “Estar conectado é uma nova forma de estar disponível e alçar novos mercados. O novo normal para as empreendedoras é estar presente nas redes sociais para impulsionarem seus negócios”, afirma Ely Ribeiro, fundadora da rede social Donadelas.

E não foi diferente com a empreendedora Andreia Macedo, diretora da loja virtual Doida Por Roupas, fundada em 2016. O ambiente sempre foi virtual, inicialmente a venda ocorria pelas redes sociais e mais tarde implantou a loja on line. Mas, mesmo assim, a pandemia trouxe grandes desafios a serem vencidos.

"Como venderíamos em tempos onde muitos ficavam sem empregos, sem renda, sem perspectiva de futuro? Nesse momento a Doida precisou se reinventar, abrimos nossos canais de comunicação para informações sobre a pandemia, criamos um grupo para troca de experiências, ou simples desabafos mesmo, e, inevitavelmente, começamos a confecionar máscaras faciais, um desafio gigante, trabalhoso mas muito gratificante, pois de alguma forma estávamos ajudando a preservar vidas", diz Andreia que também precisou investir em novos segmentos, estoque maior, diversificação do público, além de uma atenção ainda mais especial para questões ocmo identidade visual e marketing. "Isso foi essencial, já que justamente por causa da pandemia, as vendas on line cresceram bastante", comenta.

Assim, a importância da tecnologia em seu negócio só aumentou, pois apesar de ter nascido e se mantido no universo virtual, a Doida depende totalmente da tecnologia para comunicação com os clientes e fornecedores e para ser notada. "A vitrine virtual é bem diferente da vitrine física, e ainda precisamos organizar via tecnologia além das vendas, o fornecimento", acrescenta Andreia.