EU LUTO! E VOCÊ? JÁ LUTOU HOJE?

Sim! Você mesmo! Você que está lendo esse texto. Já lutou hoje?

Por César Silva*

 

A Laurinha é uma personagem instigante. Mesmo sendo uma personagem caracterizada no relacionamento entre os pais e os filhos, a qual crio histórias todas as semanas, em prol da orientação educativa, a autonomia e a construção de um futuro com pessoas mais ativas, ela me faz lutar todo o tempo.

É uma luta contra as contradições do mundo atual. É uma luta mais esquecida por aqueles com uma mentalidade de segurança e acomodação, com pouca busca real. Uma luta que percebo que não é fácil. Ou é mais difícil?

Já sei o que a Laurinha deve ter pensado:

- Vai se organizar e estudar mais. Chacoalha mais as pessoas! Chacoalha a sua mania de sempre querer mudar!

E ela tem razão. A luta é interna e não depende de ninguém. Fiz questão de escrever esse texto em primeira pessoa, como o autor que conversa diretamente, sem rodeios. Com você!

Somos muito rápidos para mudar algo em nossa sala. Somos rápidos para decidir um negócio qualquer ou em um momento de emergência de saúde.

Mas somos extremamente lentos quando se trata de objetivos a longo prazo, ações e tarefas. É uma procrastinação atrás da outra.

Depois da organização, da pausa, do planejamento e da execução com vistas à incerteza, tudo se acalma. O foco e a ação juntas são uma beleza. Com propósito, então: um vigor.

Como professor, escritor e mentor de negócios costumo conversar com muitas pessoas. De um tempo para cá tenho conversado mais comigo mesmo.

Não me isolei do mundo. Nunca. É que precisava ir mais a fundo. Não há como escrever sem investigar a alma. Sem aprofundar os pensamentos e sentimentos, as reações e os efeitos.

Nossa mente é um cavalo arredio. Ao mesmo tempo é uma usina. Canalizar para algo útil e concreto é sempre o grande desafio. E a meditação ajuda muito!

Tenho estudado e analisado muito a vida, os negócios, o empreendedorismo, a criatividade, as pessoas e, principalmente, as mudanças que estão acontecendo. Algum dia deixaram de acontecer?

E cheguei a uma conclusão. Ou melhor. Uma pergunta pessoal: o que você realmente cria?

Não quero me ater aqui ao processo criativo e sim a aplicação das ideias através de projetos e ações concretas, que sejam úteis ao mundo. Inovação mesmo! Criatividade em berço esplêndido transformada em emprego e renda.

Em uma época hiperconectada e colaborativa, nada mais natural do que pensar assim. Mas a colaboração tem se confundido com exposição sem agregação. Explico.

Muitos discutem assuntos diversos sem ao menos se aprofundar neles. Alguns tem uma dificuldade enorme de perceber que a posição do outro nada mais é do que uma simples posição. Não estamos em guerra permanente, a não ser que esteja acontecendo dentro de você.

A questão é que há uma certa carência no ar. Carência de pessoas. De carinho. De amor. De si. Não há como compensar nas redes sociais. É como se cada like fosse a aprovação ou confirmação de que estamos no caminho certo.

Essa corrida por aprovação externa só mostra claramente que a única aprovação que importa não aprovou a conduta. Como afirma Hugh MacLeod: a melhor maneira de conseguir aprovação é não precisar dela!

A segurança que uma boa luta proporciona. Uma luta de peito aberto, com franqueza, olhando o bom e o ruim, o possível e o impossível. O Improvável.

A luta sem plateia. Aquela que só nossa consciência tem capacidade de ouvir e perceber. A Laurinha é um pouco disso misturada com imaginação e conteúdo.

A sinceridade passou a ser algo diferente. Como assim? Não deveria ser sempre? Questões básicas se tornaram a exceção! A exceção se tornou o básico! E o básico se tornou complexo. Ah! Se Brancusi me ouvisse. Ele afirmava: a simplicidade é a complexidade resolvida.

São estratégias diferentes para ver o fundamental: o simples na vida. Capitanear e ser uma vassoura ou aspirador na poeira de informações no mundo moderno não é tarefa fácil.

Se você já tentou: Parabéns! Bem-vindo ao grupo!

A crônica hoje é sobre o próprio autor, e, de que forma a Laurinha traduz esses pensamentos e indagações. Ela é provocativa por isso. Ela é audaciosa por querer sempre buscar mais.

Ela está satisfeita com quem ela é. Mas nunca com o que entende do que percebe. Ela gosta de ser assim. Sua sede por conhecimentos, experiências e aprendizados é como a boca de um vulcão: nunca está molhada. É infinita.

A estratégia em cada texto é para provocar a descoberta, a ativação do que pode estar em modo "rotina". É um foguete de luz em um barco no meio do oceano indicando que há alguém para salvar. A si mesmo! De propósito!

A retumbância do pensamento é enorme e certamente movimenta o seu mar interior. Se isso não ocorre, pelo menos faço você encontrar algo diferente nas misturas diárias e frenéticas.

É uma luta pelo bem. O bem maior que podemos fazer a nós mesmos e, em consequência, ao mundo ao nosso redor. Como já andei por vales tortuosos, caminhos enroscados e acomodações históricas, encontrei uma via através da escrita para expelir o que tenho de melhor.

Faça você também! Meu melhor presente de Natal foi investir em minha criatividade como forma de ampliar meus horizontes. Essa era uma luta subcutânea que apareceu fortemente com a maturidade.

Imagino se essa crença fosse reforçada desde os meus 6 anos com a mesma tenacidade, força e foco que tenho hoje. É certo que nunca deixamos de usar nossas possibilidades. E para usar, é preciso conhecer a ferramenta, o conteúdo, o dono dela.

Essa a principal lição que aprendi em todos esses anos de busca: acredite no que você tem. Mas um aviso: não use sua criatividade só com o que você sabe e sim com o que você gosta.

Nesse momento abrem-se as portas do céu da descoberta, do desconhecido, do que se vai apropriar. Não importa se o medo é seu companheiro de última hora. Aceite-o!

Mas nunca o deixe comandar o caminho. As rédeas são nossas e de mais ninguém.

O melhor presente de Natal que já recebi foi de mim mesmo: invista na sua criatividade, com toda força, conhecimento e coragem que tens. E nunca esqueça: viva e floresça, mesmo que não apareça a quem você pensa que é alguém que importa o esforço.

Não deu certo? Sem problemas! Você ofereceu para a pessoa errada! Ou melhor: tenha humildade de saber que nem sempre você está certo. Em arte isso nem existe!

Pinte o mundo com suas cores, mesmo que ele lhe pareça colorido! Essa uma luta que vale ser vivida! Se ainda não vale, espere seu momento em movimento e não em posição de rezar! Já lutou hoje?

Ps.: que o Natal seja todos os dias, multiplicando alegrias na arte do bem viver, bem fazer, bem amar, bem ser, bem conviver. Acenda uma luz! Ela pode sinalizar a alguém que a busca nunca termina!

César Silva é Escritor, Empreendedor e Mentor de Negócios. Autor do e-book Inspirando Rumos - Histórias, Editora Temas Preferidos