ARTIGO| Dengue e atividade física: retomada das atividades após a recuperação

Preparador físico alerta contra uso de certos medicamentos e a volta aos exercícios físicos

Por Thiago T. de Sousa*


Sintomas da dengue são de início os comuns de uma virose e que piora: febre por vários dias, dores de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares, dores nas juntas, prostração e vermelhidão no corpo. A forma hemorrágica se inicia igual a dengue clássica e depois de alguns dias, piora com hemorragias nasais, gengivais, urinárias, gastrointestinais ou uterinas levando ao risco de choque e até a morte, por queda acentuada das plaquetas e inflamação dos vasos sanguíneos. Existe um risco também do vírus da dengue atingir o coração provocando miocardite e suas complicações.

Por tudo isso a proibição do uso, principalmente, do ácido acetil salicílico, pelo seu efeito anticoagulante que causa sangramentos e como também proibição do uso de anti-inflamatórios, estes infelizmente muito usados pelos esportistas, em automedicação para dores em geral. Faz-se necessário um alerta importante para as pessoas com problemas cardiovasculares e que usam medicações que “afinam” o sangue como os anticoagulantes e antiplaquetários, devem procurar imediatamente assistência médica em caso de suspeita de dengue.

O esforço físico diminui ainda mais a imunidade, então ele corre o risco de um mal maior. A imunidade é muito baixa com a doença, então tem um nível de plaquetas pequeno. A dengue baixa o volume de plaquetas, então com o esforço físico também há uma baixa de plaquetas, e isso leva a agravar o quadro.

Dependendo desses fatores, a licitação para atividades é diferente, visto que algumas pessoas, mesmo sem apresentar mais o quadro viral, ainda apresentam sequelas, tais como: problemas motores, pulmonares e cardíacos. Mas, em média, após 45 dias da infecção, a pessoa pode retomar os exercícios físicos mais intensos.
Os reumatologistas e ortopedistas recomendam retomar atividades físicas quando não há febre e as dores dão uma trégua. Mas a nova fase de atividades deve ser com redução de carga e intensidade para não agravar as sequelas.

A ressalva com relação à intensidade da prática é para não causar impacto nas articulações - caminhadas e corridas leves já são um bom recomeço - respeitando os limites da própria dor, aumentando o volume e a periodicidade dos exercícios gradualmente, conforme o incômodo for desaparecendo, o paciente tem tudo para uma excelente recuperação.

Recomenda-se atividades como natação, hidroginástica ou outras modalidades aquáticas, pois causam menos impacto nas articulações. Mesmo que ainda não esteja de fato praticando os exercícios, é importante se movimentar ou se alongar. Os especialistas garantem que mais ânimo e vigor serão as grandes recompensas.

*Profissional de Educação Física
CREF: 027876-G/RS
Pós-graduado em Fisiologia do Exercício
Pós-graduado em Metodologia do Treinamento Físico